Logo cedo, passei um tempo a sós com o Pai na beira desse lago (foto) que fez parte da minha infância. A manhã estava resplandecente
e quente, porém, refrescada pelo vento. Sentei-me num banco debaixo
de algumas árvores e, por alguns instantes, apenas respirei fundo, contemplando os movimentos e sons da natureza ao meu redor. Olhei
para baixo, e aquela grama verde e gelada me convidou a tirar as
sapatilhas... que delícia! Fiquei pensando: “Preciso fazer isso
mais vezes! Preciso aprender a viver a vida e aproveitar o que Deus
me deu, deixar um pouco de lado a correria da rotina e apenas sentir
a grama em meus pés!”.
Não
demorou muito e uma reflexão começou a brotar em meu coração...
Por
que necessitamos e ansiamos tanto por momentos como esse de
refrigério, contemplação, de simplesmente sentir o vento no rosto,
a grama geladinha nos pés, ouvir o som dos passarinhos e de toda a
criação que vive harmoniosa? Muitas vezes queremos fugir da
agitação da vida só para ficar uns minutinhos assim, respirando ar
fresco...
Sabe
o que é isso? Saudades do Jardim!
No
princípio, fomos criados pra viver num contexto como esse, na
plenitude, beleza e harmonia da presença de Deus no Jardim do Éden.
Não havia suor, não havia dureza, não havia espinhos. O homem
caminhava com o Amado Criador pelo Jardim, sentindo a brisa no rosto,
cuidando ternamente da criação que Ele deixou sob a sua liderança
e se alimentando do que o próprio Deus fazia crescer. Mas em uma
determinada situação, infelizmente e drasticamente, essa “vida
boa” desapareceu.
Você
se lembra de que o suor e a dureza da vida só veio como maldição
pelo pecado do homem?
“E
ao homem Deus declarou: "Visto que você deu ouvidos à sua
mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não
comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se
alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e
ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo.
Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à
terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó
voltará". (Gn
3.17-19)
No
fundo de cada um de nós existe uma saudade desse Jardim, dessa vida,
dessa relação afetuosa com o Criador, afinal, foi pra isso que
fomos criados. É por isso que momentos como esse de contemplação
que passei pela manhã na lagoa, fugindo um pouco da rotina agitada,
me remetem a algo, me dão um pequeno vislumbre de como era no
jardim, e de o quanto existe dentro de mim uma saudade, um anseio por
viver nessa plenitude todos os dias!
No
entanto, a reflexão não pára na saudade. Existe uma esperança!
Quando
Deus se fez
carne, vindo à terra
através de Jesus, Ele, como homem, se
submeteu ao suor e dureza da vida, fruto do nosso pecado. Ele abriu
mão do Jardim do Éden (céu) e veio viver a nossa maldição, para
nos libertar dela. Por isso, entendendo e recebendo o que Jesus fez
por nós, não precisamos empacar no sentimento de saudades do
Jardim, vivendo eternamente na frustração de algo que foi
perdido. Jesus nos deu esperança! Além de viver na pele o que
vivemos, Ele venceu a maldição, e por isso podemos vencer também! Podemos suportar o suor e a dureza da vida, pois a cada dia estamos mais
perto de voltar para o Jardim (céu)!
Assim, uma meditação como essa que passei pela
manhã, diante de um lindo lago, ouvindo os pássaros, contemplando
as árvores balançando, sentindo o vento no rosto e a grama
geladinha em meus pés, minha saudade do Jardim do Éden se
transforma em esperança e alegria, pois sei que, por meio de Jesus,
o meu destino é voltar pra lá!
Aleluia! Obrigada por isso, Deus!
Aguardo
ansiosamente pelo dia em que virás me buscar e me levar de volta ao Jardim! :-)
“Agora
me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me
dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que
amam
a sua vinda.”
(2
Tm 4:8)
No Amado,
Suelen
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