quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Saudades do Jardim


Logo cedo, passei um tempo a sós com o Pai na beira desse lago (foto) que fez parte da minha infância. A manhã estava resplandecente e quente, porém, refrescada pelo vento. Sentei-me num banco debaixo de algumas árvores e, por alguns instantes, apenas respirei fundo, contemplando os movimentos e sons da natureza ao meu redor. Olhei para baixo, e aquela grama verde e gelada me convidou a tirar as sapatilhas... que delícia! Fiquei pensando: “Preciso fazer isso mais vezes! Preciso aprender a viver a vida e aproveitar o que Deus me deu, deixar um pouco de lado a correria da rotina e apenas sentir a grama em meus pés!”.

Não demorou muito e uma reflexão começou a brotar em meu coração...

Por que necessitamos e ansiamos tanto por momentos como esse de refrigério, contemplação, de simplesmente sentir o vento no rosto, a grama geladinha nos pés, ouvir o som dos passarinhos e de toda a criação que vive harmoniosa? Muitas vezes queremos fugir da agitação da vida só para ficar uns minutinhos assim, respirando ar fresco...

Sabe o que é isso? Saudades do Jardim!

No princípio, fomos criados pra viver num contexto como esse, na plenitude, beleza e harmonia da presença de Deus no Jardim do Éden. Não havia suor, não havia dureza, não havia espinhos. O homem caminhava com o Amado Criador pelo Jardim, sentindo a brisa no rosto, cuidando ternamente da criação que Ele deixou sob a sua liderança e se alimentando do que o próprio Deus fazia crescer. Mas em uma determinada situação, infelizmente e drasticamente, essa “vida boa” desapareceu.

Você se lembra de que o suor e a dureza da vida só veio como maldição pelo pecado do homem?

E ao homem Deus declarou: "Visto que você deu ouvidos à sua mulher e comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará". (Gn 3.17-19)

No fundo de cada um de nós existe uma saudade desse Jardim, dessa vida, dessa relação afetuosa com o Criador, afinal, foi pra isso que fomos criados. É por isso que momentos como esse de contemplação que passei pela manhã na lagoa, fugindo um pouco da rotina agitada, me remetem a algo, me dão um pequeno vislumbre de como era no jardim, e de o quanto existe dentro de mim uma saudade, um anseio por viver nessa plenitude todos os dias!

No entanto, a reflexão não pára na saudade. Existe uma esperança!

Quando Deus se fez carne, vindo à terra através de Jesus, Ele, como homem, se submeteu ao suor e dureza da vida, fruto do nosso pecado. Ele abriu mão do Jardim do Éden (céu) e veio viver a nossa maldição, para nos libertar dela. Por isso, entendendo e recebendo o que Jesus fez por nós, não precisamos empacar no sentimento de saudades do Jardim, vivendo eternamente na frustração de algo que foi perdido. Jesus nos deu esperança! Além de viver na pele o que vivemos, Ele venceu a maldição, e por isso podemos vencer também! Podemos suportar o suor e a dureza da vida, pois a cada dia estamos mais perto de voltar para o Jardim (céu)!

Assim, uma meditação como essa que passei pela manhã, diante de um lindo lago, ouvindo os pássaros, contemplando as árvores balançando, sentindo o vento no rosto e a grama geladinha em meus pés, minha saudade do Jardim do Éden se transforma em esperança e alegria, pois sei que, por meio de Jesus, o meu destino é voltar pra lá!

Aleluia! Obrigada por isso, Deus!
Aguardo ansiosamente pelo dia em que virás me buscar e me levar de volta ao Jardim! :-)

Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.” (2 Tm 4:8)

No Amado,

Suelen

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